Vi o vento com uma mochila nas costas
O vento tinha as pernas um pouquinho tortas
O vento carregava chaves penduradas no bolso
O vento colhia alface na horta
O vento sorria
O vento corria.
De repente...
O vento deslizou sobre o solo do poente
O vento embaraçou tanto a minha mente
O vento plantou à beira dum rio a semente
O vento parou
O vento descansou.
Após quatro horas
O vento olhou-se no espelho
O vento imitou o ser humano
O vento estudou algarismo romano
O vento some
O vento sem nome.
Eu me chamo Telma
Moro aqui próximo à favela
E quando vou sair de casa para o trabalho
Dou uma olhadinha pela janela
Escondo o smartphone dentro do sutiã
Ou seja, na região dos seios
Saio caminhando com medo
Ainda é muito cedo
Morro se vier um ladrão.
Eu me chamo Vinicius
Moro aqui ao lado da favela
E quando vou sair de casa para o colégio
Dou uma olhada pela janela
Escondo o smartphone dentro da cueca
Ou seja, na região próxima ao umbigo
Saio caminhando inseguro
Passo pelo esquisito muro
Morro de medo do ladrão.
Sei bem que há divindade acima das nuvens
Entendo que a divindade é santíssima
E que não sofre a luta contra pecado
Não enfrenta o amor obcecado.
Felizmente
Ou melhor dizendo: Infelizmente
Há uma divindade terrestre
Que me leva ao leste
Leva-me ao oeste
Parece peste.
A divindade terrestre
Fez um teste
Isto é, pediu fidelidade
Porém é incorreto o culto idolátrico
Tanto no campo
Quanto na cidade.
Caí no leito
Com aperto no peito
Esquerdo
E deu medo.
Senti-me tão imperfeito
Ao doer o peito
Saber da fragilidade
Do ser humano.
Segurei o peito
Com a destra
A maestrina
A mestra.
Aperto cruel no peito
No coração
Ruim ação.
Isolamento total
Isolamento social
É o que caracteriza o domingo
O dia em que você se some
Nem seu nome
Ouço.
Você tranca-se
Põe um cadeado gigante no portão
E atrofia meu singelo coração.
Você jamais entendeu que...
Ao te ver
Meu organismo produz endorfina
O hormônio da felicidade
E saio sorridente
Pela cidade.
Portanto aos domingos
Você me deixa de castigo
Dar um chá de sumiço
E eu... sofro calado
Também no quarto trancado.
Está chegando o dia de votar
e a gente vai quase obrigado
pegar fila
ali na vila.
Não sei que democracia é essa
onde somos escravizados
e levados
algemados
à força
à forca
para a urna
no primeiro domingo
de outubro.
Particularmente
eu gostaria de votar levremente
com liberdade da mente
caminhando
cantando
feliz
por ser
cidadão.
Sei que o sufrágio universal é um direito
sei que é obrigatório
mas... eu amaria ir ao cartório
fazer a inscrição
fazer a lição
de cidadão
facultativamente.
Nem quero imaginar
que iremos sofrer no dia da votação
para eleger alguém
que vai ganhar um dinheirão
e só aparecerá
daqui a quatro anos
- Oh! My God!
- Por que na América do Norte
os eleitores são voluntários
vão votar sem obrigatoriedade
e há seriedade?
Acho que o voto facultativo no Brasil
deixaria as seções eleitorais vazias
e eis o motivo de obrigar-se
de amarrar-se
- Entende?
Alguém pode desprezar a planta de seus pés
(Dizendo que tem chulé)
Mas... eu dou a maior importância
A ponto de escrever um texto específico
Ou melhor... um texto especial
A fim de exaltar essa parte tão normal
Tão esquecida
Do pé.
A planta de seu pé
É a parte inferior do pé
A parte debaixo do pé
Tanto direito
Quanto esquerdo.
A planta de seu pé
Também pode ser chamada de palma do pé
Ou sola do pé.
Sendo assim...
A planta de seu pé
A planta de meu pé
Está dividida em três partes
- Sabia?
Antepé
Mediopé
Retropé.
Antepé
É a última região
A tocar o chão
Durante a caminhada
E Fica próxima aos dedos.
Mediopé
É a região do meio do pé
Do centro.
Retropé
É a região do calcanhar
É a primeira parte que toca no chão
Durante o caminhar
O andar.
Pra quem pensava que a palma de seus pés era algo fútil
Algo inútil
Enganou-se grandemente
- Né, gente!
Parece que foi ontem
Quando estávamos comemorando a passagem de ano
Quando abraçávamos nossos queridos familiares
Quando recebíamos o novo ano...
Passou tudo tão rápido
Passou o janeiro
Passou o fevereiro
Passou o agosto
Estamos terminando setembro
Já vem o outubro
Depois novembro.
Logo estaremos dando adeus ao ano velho
Logo estaremos ansiosos para conhecer o novo
- E o tempo voa, meu povo!
É raríssimo te ver de vermelho
Conto as vezes
Uma
Duas
Somente
Só.
Ver você de vermelho é incrível
Quase impossível
Mas... aconteceu
Hoje
Assim que escureceu.
É a coisa mais bela
Você de vermelho
E siga meu conselho
Vista mais vezes.
Da próxima vez que...
Eu te ver de vermelho
Vou filmar
Vou registrar.
Acabamos de sextar
Vamos sabadar
Senão vai acabar.
Vamos aproveitar
Vamos sabadar
Pois já vem o domingar.
Alguns não querem sabadar
Preferem se deitar
E descansar.
Outros amam sabadar
Vão dançar
Vão se cansar.
Vamos sabadar
Antes do dia de trabalhar
Antes do segundar.
Observemos a frase do gênio Albert Einstein:
"Viver é como andar de bicicleta:
é preciso estar em constante movimento
para manter o equilíbrio".
Nós não podemos paralisar
não podemos estagnar
senão vamos atrofiar
os membros superiores
e os inferiores.
Nós não somos uma árvore
que sempre fica no mesmo lugar
não consegue caminhar
é proibida de andar.
A vida exige movimento
começando pelo pensamento
depois saimos correndo
ainda que quase morrendo
lutamos.
Parar é ato de covardia
quando a vida é uma melodia
evita monotonia
pede ação.
- Vamos bicicletar?
Vamos pedalar?
Vamos manter o equilibrio?
Existem as palavras homônimas
Existem as palavras parônimas
E ambas são parecidas
Por isso confundem
Na hora da escrita.
As palavras homônimas
Possuem sentido diferente
Porém com a mesma pronùncia
Ou grafia
E isso mexe com a mente
Da gente
- Concorda?
Já os vocábulos parônimos
Possuem a escrita
Possuem o som
Parecidos
Porém com sentidos diferentes
E também mexem
Com nossas mentes
- Concorda?
Em seguida
Escreverei alguns exemplos de palavras
Parônimas
Homônimas
E o leitor
Tentará
Classificá-las
Pra ver
Se vai acertar.
Comprimento
Cumprimento
Cela
Sela
Soar
Suar
Pousar
Posar
(...)
Cavalheiro
Cavaleiro
Emigrar
Imigrar
Noz
Nós
Peão
Pião
(...)
Quando eu sumir do blog
Não se desespere
Não jogue pedra em mim
Não me critique
Não fique com fúria
Pois me explicarei...
O meu desaparecimento no blog
É por que ando por aí mundo afora
Procurando por novas ideias
Procurando novas estratégias
Procurando novos conteúdos
Para passar ao meu público querido
- Entende?
Quando desapareço
É por pouco tempo
E tenho justificatica
Para dar a você
Que fica na ativa.
Desapareço
Logo apareço
Trazendo novidade
Trazendo interatividade
Trazendo reciprocidade.
Sou fiel aos meus leitores
Jamais consigo deixá-los
Abandonados
Desprezados
(...)
- Cuidado!
Não seja vítima da nomofobia
Isto é, o medo de ficar sem celular
E viver ocioso no lar.
Certa pesquisa
Confirmou que a nomofobia
Atinge mais de sessenta por cento
Dos brasileiros
Repito: Dos brasileiros
(Que somos nós)
A nomofobia é perigosa
Pois pode deixar
O usuário do celular
Depressivo
Agressivo
E outros.
"Quer saber se você faz a diferença?
Conte quantos invejosos há ao seu redor!"
- Conte
Olhe ao seu redor
É de dar dó.
Os invejosos só invejam
Quem eles no fundo
Queriam parecer
Queriam ser
- Não é?
Os invejosos sofrem interiormente
Por que são doentes
Das mentes.
- Conte o total de invejosos ao teu lado
E o conjunto ficará desapontado
Completamente desnorteado
Ao ser desmascarado.
Antes de registrar os textos no blog
Faço um belo rascunho
Ainda que canse o punho.
Minha cabeça grande anda recheada de ideias
Só que não consigo colocá-las no papel
Daí tiro o chapéu.
Respiro bem fundo
Sorrio por um segundo
Aí... as ideias fervilham na mente.
Penso em escrever sobre o formato da curva sinuosa
Penso em escrever sobre um gnomo
Penso em escrever sobre uma cítara
Penso em escrever sobre Plutão
Penso em escrever sobre glutão.
Imagino um texto acerca de Cairo
Imagino um texto acerca da elite
Imagino um texto acerca de algo obsoleto
Imagino um texto acerca do antílope
Imagino um texto acerca do pugilista
Imagino um texto acerca do autista.
- Você pensa que vida de escritor é moleza?
Tem certeza?
Queria digitar sobre milhões de assuntos simultaneamente
Só que isso enlouquece a minha mente
E a sua mente
- Entende?
Pra terminar
Acabo não escrevendo nada
Pois acho tudo frívolo
- Quer dizer... vou rascunhar a vida dum herbívoro
O que você diz?
Estava numa lanchonete
e sozinho queria chorar
ao tomar
um copo de suco
de abacaxi.
Depois pedi um salgado
mais outro suco
enquanto os olhos lacrimejavam
devido a solidão
do coração
sofrido
esquecido.
Ao terminar o lanche
tive uma inédita chance
de ver você noutra mesa
também lanchando
enquanto ouvia "Yellow"
canção do Coldplay
e daí... minhas energias renasceram
tornei-me forte
com sorte
tão feliz
como nunca...
Voluntariamente me prostrei
Ninguém me obrigou
Só sei que...
Quando caí em mim
Estava prosternado perante
O verde trono
Tão elegante.
Olhei-me dos pés à cabeça
Quis provar se não era sonho
Vi que era real
Porém sobrenatural.
Fiz continência à Vossa Majestade
Que ocupava o verde trono
Peguei o celular
Filmei
Amei.
Logo em seguida pude perceber
Que o reino era cabalmente esverdeado
Até a coroa
Até a leoa
Desenhada na parede real.
O verde trono
Todo de ouro
Fez-me coçar a cabeça
Ao ver tamanha beleza
Total perfeição
De acelerar coração.
Meu olhar enriqueceu
Ao admirar
Ao babar
Observando o esverdeamento do trono
O qual continha um canino desenhado
Também colorido de verde.
O olhar de Vossa Majestade
Ia ao leste
Ia ao oeste
Ia ao norte
Ia ao sul
Depois vinha a mim
- Sim.
À noite...
Deitei-me para cochilar
Então realmente comecei a sonhar
Com o verde trono
Mais concreto ainda.
Meu amor sai de casa
mexe com meu coração
morro de preocupação
devido aos acidentes
de trânsito.
Meu amor fica doente
mexe com minha mente
fico cheio de preocupação
por causa da morte
da má sorte.
Meu amor desaparece
penso mil desgraças
e nervoso
dou lugar à preocupação
imagino sequestro
mas... deve ser ilusão.
Meu amor chega tarde no lar
tremo de preocupação
pois lá fora existe o ladrão
que é homicida
que é mau
do mal.
O dia em que a Terra parou...
É uma canção famosa de Raul Seixas
E o mundo parou
Para ouvi-la.
O dia em que o sol parou...
Foi um evento bíblico
Onde Josué orou
Deus o sol parou
Para o povo de Israel vencer
Os inimigos
Os amorreus.
O dia em que a lua parou...
Foi no mesmo dia em que o sol parou
E Israel teve vitória
Ficando registrado na história.
O dia em que você parou...
E me encarou
Me olhou
Me amou
Assim como eu também
Te amei
Te amei
(...)
Meu amor sai por aí
Fico morrendo de preocupação
Quase papoco do coração
Fico num pé e noutro
Perco o sono
Fico nervoso
Pois o mundo anda perigoso.
Vou lá
Venho cá
Respiro profundo
Respiro de novo fundo
Imagino mil desgraças
Peço a Deus proteção
Que o anjo guarde meu amor
Que dor!
Nem faço ideia de onde meu amor esteja
Só sei que eu queria ser onipresente
Queria permanecer ao seu lado presente
Jamais me ausentar
Sempre te olhar
Te admirar.
Tomo sonífero
De nada adianta
A insônia reina
E enquanto você não chegar
Meu olho não vai pregar.
- Pense num sofrimento!
Meu amor não sai do pensamento
Então juro a mim mesmo
Te esquecer
Deixar de ser besta
Então... preocupar-se com o amor
É ser besta?
O carro vai se distanciando
Outro carro vem se aproximando
A velocidade controlando.
O bebê acabou de nascer
O velhinho acabou de falecer
Morrer.
O dia surgiu iluminado pela luz solar
A noite chegou na escuridão
Dar medo no coração.
O rico tem tanto dinheiro
O pobre tem apenas um real
Debaixo do cinzeiro.
A pessoa tagarela fala pelos cotovelos
Já o mudo admira os camelos
Sem falar nada.
Engraçado que...
O ser humano vai envelhecendo
Todavia jamais vai rejuvenescendo
Isto é, retornando à puberdade.
O poder infinito do subconsciente
Diz que...
Meu nome
Meu sobrenome
Está fixado
Na mente
No coração
Do amor.
O poder infinito do subconsciente
Diz que...
Seu nome
Seu sobrenome
Está gravado
E fixado
Na mente
No coração
Do amor.
Nós bem poderíamos ter nascido no período Pré-Cambriano
Isto é, na Era Arqueozoica
Na Era Proterozoica
Quando o planeta se formou
Há cerca de 4,5 bilhões de anos.
Poderíamos viver na Era Paleozoica
Época do advento dos artrópodes
Dos moluscos
Dos anfíbios
Dos répteis
Dos peixes.
Ou podíamos fazer parte da Era Mesozoica
Tempo do surgimento dos dinossauros
Mas... não fomos sauros.
Corremos o risco de sermos da Era Cenozoica
Quando surgiu a humanidade
Distante da cidade.
Nada contra as queridas eras geológicas
É que... havia pouca tecnologia
E eu amo a caligrafia
A escrita
- Sabe.
Hoje vivemos no Período Quaternário
Vivemos felizes como peixe no aquário
Somos sortudos
Temos computador
Temos celular
Temos internet
Temos robôs
Temos ...
Vou dirigindo no trânsito
Paro o veículo
Por que uma mulher de idade vai passando
Ela vai se preocupando
E ajo assim
Pois lembro de minha mãe
Minha mamãe.
Sento-me na cadeira preferencial do coletivo
O ônibus vai tão cheio
Parece mais uma lata de sardinha
Aí... entra uma anciã
Fica em pé
Até
Que cedo o lugar
Para ela descansar
Pois imagino como se fosse
Minha mãe.
Bate palmas em minha porta de entrada
É uma senhorinha pedindo esmola
Ela não tem nada na sacola
Ela diz está faminta
Então dou-lhe alguns alimentos
Também um dinheirinho
Por que seu jeito é direitinho
O de minha mãezinha.
Ninguém nasceu sem mãe
Para que... lembre-se da mãe
Nas diversas situações da vida
A maioria das vezes sofrida.
Chega mais um final de semana
vou passear
vou andar
vou a pé
cheio de fé.
Lá vem o final de semana
preparo-me para o passeio
vou de bicicleta
vou em linha reta
em direção ao parque.
Já estamos no final de semana
pego o carro
vou passear
vou me divertir
talvez na beira-mar.
Outro final de semana se aproxima
vou ao aeroporto
vou viajar
vou passear
de avião
- Haja coração!
Passeio todo final de semana
e desta vez
neste mês
passearei de navio
pelo oceano
- Haja pavio!
Poliana
é filha única de Ana
aquela senhora que na banca vende banana.
Poliana
está namorando o filho de Adriana
dona da loja Lana.
Poliana
é prima da Mariana
que é rica de grana.
Poliana
sempre ama
a vovó Romana.
Poliana
odeia quem trama
algum tipo de drama.
Poliana
adora a margarina Doriana
vendida no supermercado da Franciana.
Poliana
tem uma plantação de cana
tão bacana.
Meia-noite
os grilos cantam
os galos cantam
e o sono some.
O cãozinho late
como chocolate
contra a insônia.
De repente...
Ouço certa voz
capaz de controle
e penso ser a foz
a desembocadura.
As muriçocas mais velhas
chegaram perto da pele humana
e cuidadosamente
observaram o plano da mente
que era assassiná-las
com uma mãozada
bem pesada
por isso deram no pé
- Adeus!
As muriçocas mais jovens
chegaram
e posaram
ou melhor... pousaram
na pele humana
lá permaneceram
não voaram
por isso morreram
da pancada
da mãozada.
Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...
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