Era noite...
Marcelo estava sentado numa espreguiçadeira no quintal
Olhava para o alto e via a lua, as estrelas, as nuvens
Via as corujas e as corujinhas bebês com suas penugens
Contemplava os únicos mamíferos que voam pousando no mangará
E observava o movimento no telhado da gatinha angorá
Que às vezes se confunde com os gestos do gato maracajá.
A noite escura...
Apenas metade da lua clareava o fundo do quintal tão sombrio
E de repente... Marcelo ouviu como que um macabro assobio
Seguido de uma gargalhada tímida.
Uma nuvem cobre a lua...
Quando o medo toma de conta do couro cabeludo do mancebo
Um cheiro desagradável de enxofre misturado com urina e sebo
Apodera-se do ambiente tenebroso parecido "filme de terror".
O silêncio domina...
Quando sorrateiramente aparece em cena uma cabeça humana
- Ui! Uma cabeça humana? Dar arrepios
E balança o vento a planta que produz banana.
Gente! Marcelo ficou pálido, amarelo, pasmo, trêmulo, frouxo
Tentou correr, todavia tropeçou e caiu ferido por cima do coxo
Quer dizer: do cocho.
A cabeça humana possuía pernas, braços, olhos, pés, mãos
Só não tinha tronco
E eis aí o motivo de ser uma figura assustadora
A ponto de deixar Marcelo manco.
A sorte do rapaz foi que...
No quintal havia um poço artesiano hiper profundo
Que nem dava pra ver o fundo
E a horripilante cabeça humana escorregou...
Atualmente Marcelo recebe milhares de visitantes
Que ansiosos fazem círculos para ouvir a estória
A qual fica gravada na memória
Mas na hora de dormir...
Cadê o sono?
Só resta insônia
Diz a Sônia
Filha da madrasta de Marcelo
Cabeça de martelo
Nariz de caramelo
E boca de cogumelo.
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