Olho-me no espelho
fico espantado
tão assustado.
Corro para o quintal
olho-me em outro espelho
e lá vejo o mal.
Repito a olhada do espelho
espremo uma espinha
limpo o dente com linha.
Volto ao espelho
tenho desgosto
em agosto.
Retorno ao pé do espelho
passo o pente no cabelo
continuo com medo.
Medo de mim mesmo
medo do ego
que me torna cego.
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