segunda-feira, 24 de abril de 2017

LARÁPIO









O indivíduo corria desesperadamente na Via Ápia
Talvez era um fugitivo do presídio
Ou alguém que roubara apenas duas pombinhas
Bem gordinhas.

Nada sei
Só sei que o cara passava por cima de crianças e velhos mendigos
Levando tudo como se fosse um guindaste
Arrastando até mesmo a bandeira na haste
A ponto de causar o pior desgaste
Por toda parte.

O rapagão corria voado
E foi chamado por uma velhinha de "safado"
Outros disseram que ele era sem vergonha, descarado
Pois furtara o dinheiro de alguém da bolsa
Ou do bolso.

Sei que o corre-corre foi profissional igual de comediante
Quando o moleque (de uns dezessete) derrubou a mesa da cartomante
Depois disse que tomara o dinheiro da sua amante
E não havia motivo da perseguição policial
Querendo porque querendo colocá-lo na viatura
Suja e escura.

Depois surgiu no cenário da Via Appia
Uma mulher franzina, magérrima, sem sangue
Que contou toda a verdade:
- Olha pessoal! Eu e o larápio somos duma gangue
E eu... (escorria lágrimas pelo rosto) para sobreviver fabrico bumerangue
Então foi duro pra vender cinco unidades
Nas irmandades
Que fazem caridades
Doando meus boomerangs.



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