Eu sou o André
Moro na rua
Durmo debaixo da ponte
Passo fome
Não tenho sobrenome
Meu apelido é lobisomem.
Algumas vezes peço esmolas
Daí ganho umas sacolas
Com alimentos
Com roupas
Com calçados
E outros.
Para completar a vida de miséria
Nasceram feridas em meu corpo
São erupções purulentas
E são lentas
Ou seja, me acabam aos poucos.
Nasci para sofrer
Carrego esse fardo
Talvez por que sou pardo
Um ser excluído da sociedade
Por isso sou obrigado a enfrentar a maldade.
Como o pão que o diabo amassou
Não sei até quando
E assim vou me evaporando
- Por que meu Deus?
Creio que já vivi o bastante
Gostaria de cessar essa vida
Tentar sarar a ferida
Tanto física
Quanto espiritual.
Oxalá que eu tivesse a liberdade!
Então viria a felicidade
Um punhado de paz.
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