quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

O GALHO DA GOIABEIRA

 



No quintal da casa de mamãe

tem uma goiabeira

fica na beira 

do cacimbão

onde o Tião 

tira água

para matar a sede

dos animais.


Nas férias passadas

subi no galho

levando uma mochila nas costas

com caderno

dicionário

gramática

livro de matemática

régua

lápis

caneta

borracha

corretivo

apontador

e notebook.


Lá em cima do galho

bem alto

escrevi sobre escorpiões que adoram ambientes

bem quentes

e isso mexeu com a mente

de um escritor

que prefere lugares frios.


No olho do galho

escrevi sobre o galo

que papai criava com tanto trabalho

e o ladrão veio à noite 

para roubá-lo.


No edifício repleto de folhas verdes

escrevi acerca dos gatos que são propensos 

à polidactilia

ou seja, uma anomalia

onde nascem com dedos extras.


Nas alturas do galho

tentei digitar algo relacionado à peça 

ou tipo de saia usada pelos homens escoceses

que não faz parte da cultura dos portugueses

refiro-me à kilt.


Todo empolgado

no galho da goiabeira

eu escrevi sobre o animal 

intersexual

que tem órgãos reprodutores 

de ambos os sexos.


No galho balançado pelo vento

terminei este texto

falando sobre o Coliseu de Roma

um local para entretenimento 

para divertimento

para espetáculos públicos

luta de gladiadores 

e lá.. pasmem...

cristãos 

eram lançados

para serem estraçalhados

pelos famintos leões.










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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...