quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

EM PÉ NA ESQUINA

 


Nem sei o que faço aqui em pé na esquina

Acho que fiquei louco

Pois corro perigo 

Pode vir o inimigo

Amparado pelo indulto de natal

Quanto mal!


Já são quase vinte e três horas

A noite está sem lua

Eu corro risco de vida

Quando deveria está no quarto

Todo enrolado

No lençol.


O que me deu na cabeça, meu Deus?

Permaneço em pé na esquina

Fechou-se a oficina

Agora estou sozinho

Sentindo um vento estranho se achegando

Uma nuvem negra sobrevoando

Um morcego feioso voando

Um rosto monstruoso se aproximando.


O que será de mim?

Chamarei o querubim?


Continuar em pé na esquina não faz parte de mim

Por isso vou pegar o beco

Vou fugir desse bicho do braço seco

Vou me proteger

Vou correr.









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