sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A MATUTAGEM DE FREDERICO E SEVERINA


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Frederico e Severina nasceram no mato
Ambos cresceram na mata
E já meio velhos
Nunca tinham vindo à cidade grande.

Fiz-lhes o convite
O casal me atendeu
A dupla me agradeceu
Então vieram no ônibus comigo.

Chegando na metrópole
Arregalaram os quatro olhos
E Frederico assustava-se com tudo
Enquanto a esposa achava o cenário absurdo
Pois amava de verdade
O viver da roça
Junto à corça
À beira do rio.

O leitor nem imagina a vergonha que enfrentei
Fui obrigado a evitá-los
Pois os dois hóspedes admiravam-se de tudo
E todo mundo olhava pra gente
Até o gerente
Do lojão.

Logo providenciei as passagens do ônibus para que retornassem
Por que eles passaram do limite
Chamavam o pessoal da rua de cibite
Chamavam as mulheres de...
(Deixa pra lá)

Antes de irem embora
Frederico e Severina me aprontaram uma daquelas...
Os dois discutiram no interior de um shopping chiquérrimo
Sobre um avião que passava no espaço
Eu fiquei passado
Fiquei com o rosto amassado
Fiquei pasmado.

Frederico gritava dessa maneira:
- Olha Severina! Que bichão!
É um passarinho
Que fugiu do ninho...

Severina respondia:
- Não Fred! Esse bichão...
É um peixão
Que acabou de saltar do rio
E agora voa
Voa sem parar...

Nem preciso mais dizer palavra alguma
Você já concluiu
E minha alma sumiu.







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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...