domingo, 29 de outubro de 2017

DE CABEÇA BAIXA...

Em minha frente havia um trono
No trono estava alguém com coroa
Era uma coroa de ouro
Era ouro puro
Puro como cristal.

Alguém preenchia o trono
O trono parecia invisível
Invisível como um espírito
O espírito do amor
Amor angelical.

Meus olhos tornaram-se tímidos
Tímidos como o cágado que se esconde no casco
No casco resistente
Resistente igual aço
Aço inquebrável.

Tentei olhar a belezura de alguém no trono
Mas o trono reluzia
Reluzia e me encadeava
Encandeava minha visão
Visão supérflua.

Daí fui obrigado a permanecer de cabeça baixa
Baixa do jeito da mulher anã
Anã e desprezível
Desprezível como um cão leproso.

Tentei erguer a cabeça
Mas a cabeça tremia frente ao poder
Poder de sedução
Sedução inexplicável.

Levantei a cabeça
A cabeça caiu
Caiu várias vezes
Várias vezes.






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