domingo, 29 de outubro de 2017

NENHUM CUMPRIMENTO




Ando pelas ruas da cidade
Passo por uma senhora que usa bengala
Ela não fala
Ela se cala
Mas sinto vontade de cumprimentá-la
Dou meia-volta
A anciã se revolta
Diz odiar saudação
Sofre do coração.

Mais a frente dou de cara com um homem vestido todo de preto
Ele segura na mão um espeto
Ele ao me ver vai logo dizendo:
- Não me saúde... Detesto esse tipo de coisa
Se insistir usarei a ponta desse pau
Então fiquei triste
Pois queria estar bem durante o dia
Cumprimentando as pessoas.

Passados alguns minutos
Barroei com uma jovem de mais ou menos vinte e quatro anos
Dei-lhe "bom-dia"
Ela respondeu nada
O silêncio fora sua resposta
E de costas
Deu um grito de ignorância:
- Por favor! Suma da minha frente!

O que quero expressar com isso?
Que as pessoas da modernidade estão cada vez mais distantes
Topam umas nas outras
Até moram na mesma comunidade
Porém há desonestidade
Há falta de humildade
Há indiferença
Há egocentrismo
Falta o filantropismo.

Cá entre nós...
O que custa dizer:
- Oi! Como vai?

Por que temos preguiça para soltar apenas três palavrinhas?
- Oi! Como vai?
Tenho certeza que a língua não cai
Ao cumprimentarmos o próximo
Reflitamos.





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