Iago é um garotinho com apenas cinco anos de idade
E vive com medo de tudo enquanto
Por culpa da sociedade
Culpa do stress da cidade
Culpa do sistema
No ecossistema.
Lá vem o Iago gritando desesperadamente:
- Mamãe! Estou morrendo de medo!
Eu vi a polícia atirando no ladrão
Que acabou de roubar o lojão
E fugi da bala perdida.
- Mamãe! Estou morrendo de medo!
Na escola tenho um colega que me chama de "bolo fofo"
Então reclamei
Fui na coordenação e denunciei
Agora está me ameaçando
Disse que vai esmurrar meu rosto
Com gosto
E se possível... Me matará.
O tadinho do Iago não tem sossego
E lá vem ele novamente correndo:
- Mamãe! Estou morrendo de medo!
Acordei cedo
Fui à padaria comprar pão
Daí me alertou o seu Paulão
Sobre um pedófilo
Que sequestra crianças
Depois só resta o óbito.
- Mamãe! Estou morrendo de medo!
Vem aí um grande temporal
Vem chuva, raio e trovão
Eu me mijo todo ao ouvir o trovão
Lá vem água pra molhar o torrão
Que Deus me socorra!
Iago já é um menino nervoso
Ele tem medo de tudo
Pra ele não existe escudo
A não ser o colo da mãe
E o inocente disse ontem à noite:
- Mamãe! Estou morrendo de medo!
Da ORCRIM
Da cambada de políticos que nos roubam
Acho que quando eu ficar grande
Vou embora pra Europa
Onde há justiça
Senão vou morrer do coração
Em meio a essa carniça
(Iago refere-se ao argentarismo).
Como o leitor pode perceber
Um garoto de cinco anos
Já sofre o fardo dos problemas cotidianos em nosso país
Imagine os adultos
Que veem vultos
Os quais se preocupam com aluguel, contas, débitos, família, etc.
Medo é falta de fé
Medo parece covardia
Medo é sinônimo de paralisia
Mas... No Iago é o retrato da realidade
Vivida na loucura da cidade.
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