Lembro-me de ter jurado
jamais andar por certo caminho
a estrada misteriosa
repleta de cominho
utilizado para licor
com amor.
Ajoelhei-me
fiz um pacto
delarando que evitaria passos em tal caminho
e com carinho
preservaria minh'alma
al-ma.
Até registrei num livro volumoso
dizendo que o caminho era perigoso
era espinhoso
era proibido
então rubriquei
não brinquei.
Certa noite
sonhei caminhando
por este bendito caminho
aí... gritei
chorei
por haver quebrado o juramento
e sentir a dor terribilíssima do pensamento
o sofrimento
da consciência.
Confesso que esqueci do livre-arbítrio
não pensei duas vezes
e passados dois meses
tropecei
deslizei
caí
na beira
do caminho
sem volta
- Que revolta!
Sei que fui teimoso
ao palmilhar o lado esquerdo
do caminho
e algum espinho
enfiou-se
em meu pé.
O caminho continua lá
no lugar
e sempre tenta
esquenta
planejando me derrubar
me roubar
me apagar.
Acho que vou cegar
perder a direção
do caminho
do coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário