quinta-feira, 24 de agosto de 2023

NOJO DE MIM MESMO

 





Eu me chamo Hamiltom

Ando meio estranho

Quando morro de nojo

Não dos outros seres humanos

Mas de mim mesmo

Do meu cheiro terrível de torresmo.


Tenho nojo do meu cheiro

O qual é pior que chiqueiro

Então evito o cinzeiro

Onde provoco.


- Que nojo horrível de mim!

Nojo do meu bafo

Nojo do garfo

Nojo do meu suor

Nojo do meu corpo.


Sinto-me igual a Jó

Quando sua mulher sentia o cheiro ruim

Das feridas 

Das perebas

Cutucadas com cacos 

De pedras

De tijolos

- Sei lá!


Não sou mais o Hamiltom de antes...

Sou um fedorento

Sou pulguento

Sou nojento.


As pessoas passam por mim

Elas tampam o nariz

Elas usam máscaras

Elas fogem das lepras

(...)


Eu também gostaria de fugir

De mim próprio

Provar a sensação de relaxamento

A ação analgésica

Do ópio.


Quem me dera ficar longe

Do nojo das minhas remelas

Do nojo da minha saliva

Do nojo da virilha

Do nojo da axila

(...)


Nunca pensei que algum dia viveria assim...

Como lixo

Como bicho

Num nicho

Desconhecido

Esmorecido.

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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...