Eu me chamo Hamiltom
Ando meio estranho
Quando morro de nojo
Não dos outros seres humanos
Mas de mim mesmo
Do meu cheiro terrível de torresmo.
Tenho nojo do meu cheiro
O qual é pior que chiqueiro
Então evito o cinzeiro
Onde provoco.
- Que nojo horrível de mim!
Nojo do meu bafo
Nojo do garfo
Nojo do meu suor
Nojo do meu corpo.
Sinto-me igual a Jó
Quando sua mulher sentia o cheiro ruim
Das feridas
Das perebas
Cutucadas com cacos
De pedras
De tijolos
- Sei lá!
Não sou mais o Hamiltom de antes...
Sou um fedorento
Sou pulguento
Sou nojento.
As pessoas passam por mim
Elas tampam o nariz
Elas usam máscaras
Elas fogem das lepras
(...)
Eu também gostaria de fugir
De mim próprio
Provar a sensação de relaxamento
A ação analgésica
Do ópio.
Quem me dera ficar longe
Do nojo das minhas remelas
Do nojo da minha saliva
Do nojo da virilha
Do nojo da axila
(...)
Nunca pensei que algum dia viveria assim...
Como lixo
Como bicho
Num nicho
Desconhecido
Esmorecido.
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