quinta-feira, 16 de junho de 2022

SÃO VINTE E TRÊS HORAS MAIS VINTE E NOVE MINUTOS

 






São quase onze e meia da noite

Faltam apenas trinta minutos para meia-noite

Enquanto levo açoite

Isto é, a falta de sono

A insônia.


Não poderia deixar de escrever

Pois daqui a pouco será uma nova página

Um dia inédito

Cheio de crédito

Pra vida.


Quisera eu me isolar do mundo

Quantas vezes fugi dele

Não creio mais nele

Pois está conturbado

Totalmente perturbado.


São vinte e três horas 

Mais vinte e nove minutos

E conto os segundos

Para pernoitar

Talvez sonhar

Acordado.


Quem sabe verei algum anjo divino

Que virá exclusivamente ao meu encontro

Com intuito de aliviar

De massagear

A dor.


Outrora estive distante de mim mesmo

À procura dum deserto

À procura duma caverna

Para morcegar

Para cegar

O ego.


O leitor poderá não compreender

Mas... há coisa incompreensível

A qual jamais será aberta

Na esfera do universo impossível

Que nos rodeia

Não nos odeia.





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