Estava tão feliz em meu ninho
Bem no alto da carnaubeira
Chocando os ovinhos
Quando de repente...
Veio alguém com baladeira
Acertou uma pedra de cheio
Acertou bem no meio
Quase me matou
O ninho derrubou
Os ovinhos já eram.
Fazer outro ninho leva tempo
Ainda assim... me arriscarei
Por que pretendo viver em segurança
Morando nas alturas
Do jeito que os humanos fazem em prédios
Com lindas pinturas
Belas arquiteturas.
Meu bico começou a carregar palhas, palitos e garranchos
Queria terminar o novo abrigo antes do inverno chegar
Sempre pedindo a Deus para me livrar
De futuras pedradas.
Quando o ninho aprontar
Haverá produção
Virá de novo a fase da incubação
Ou seja, a época do choco
Dos ovos.
Quando meus filhotinhos vierem ao mundo
Orarei outra vez a Deus
Para nos cobrir no ninho
Nos guardar do mal
Até eles virarem adultos passarinhos
Com capacidade de voarem
De se sustentarem.
Nem no olho da carnaubeira
A gente fica imune às crueldades humanas
Tão desumanas
- Que aflição!
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