Como meu viver
É escrever
Logo faço uma carta
Para Marte
Elogiando suas bacias de lava
Seus vulcões
E seus dois corações
Isto é, as duas luas
Phobos
Deimos.
Escrevo para Saturno
Agora neste turno
Denominado tarde
Declarando que admiro
Seus anéis
E suas
Oitenta e duas
Luas.
Escrevo uma mensagem para Júpiter
O maior
Ou melhor...
O gigante com 79 luas
O gigante da Grande Mancha Vermelha.
Daqui a pouco escreverei ao Vênus
Dizendo que gosto dele mesmo quentíssimo
Não me importa
O que me importa
É visitá-lo
Pisar em solo venusiano
Pisar na lua dele
- Perdão!
Ele não possui satélite.
Acabei de escrever para Urano
Onde os dias
Onde as noites
Nos polos
Podem durar quarenta anos
- Quantos arcanos!
Escrevo ao Netuno
Identifico-me como humano
Peço licença para filmar as catorze luas
Peço licença para fotografar os lindos anéis
E a Grande Mancha Escura
Talvez pura
Livre da poluição.
Escreverei para Mercúrio
Onde não existe telúrio
Porém sei da existência de crateras
Lá no pequeno círculo mais próximo do astro-rei
Lugar calorento
Lugar sedento.
Como vivo de escrever
Envio um e-mail para o Planeta Azul
O Planeta Terra
A nossa casa
Declarando-me amante
Da hidrosfera
De sua atmosfera
Que nos protege dos meteoroides
Da fera
Da estrela da morte
Da falta de sorte
E mando um amplexo
Ao único satélite
À Lua
Nua.
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