Outra vez
repito a mesma ladainha
quando morre o príncipe
esposo da rainha
e a gente prossegue na rotina
na mesmice
de cada dia.
Passam gerações
vão-se os tempos
somem as estações
e nós
pomos as mãos
nos bolsos
sem planos
de amanhã
levantarmos
a bandeira
da vitória
que mudará
a história
dos
homens
ou mulheres.
Vivemos no curral
presos conscientemente
consumindo ração
e com razão
somos ferrados
vacinados
(...)
Nunca me canso de frisar isso
e enquanto eu tiver fôlego de vida
lutarei para ter um nariz livre
livre de máscara
poder respirar
o ar poluído
diluído
nos pulmões.
Às vezes
acho que estou me cansando de viver igual gado
(devo fugir)
só que meus pés estão amarrados
os olhos tampados
e somente Deus
poderá me socorrer
antes de...
morrer.
Ninguém ouve o meu mugido
o meu desespero
por detrás da cerca
onde a seca
consome a forragem
o capim.
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