No dia em que eu morrer
não vou mais poder
correr
perder
sofrer
roer.
Você também morrerá
e não passará
dum vaso
guardado
num jarro
de madeira.
No dia em que morrermos
haverá alguma lágrima
um pouco de tristeza
tempo silente
minutos de silêncio
lenço.
Quando eu morrer
folgarei do trabalho
não subirei mais no galho
não deixarei herança
deixarei confiança
e uma família amada.
Assim que você morrer
os telefones tocarão
os boatos surgirão
o bairro ficará surpreso
o coração materno preso
enquanto os visitantes
tomam chá.
Nós morreremos
nada de escapar
somente iremos viajar
sair da matéria
voar na esfera espiritual
fugindo do mal.
Eu morrerei
história deixarei
assim como você
ficaremos registrados
em retratos.
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