Aproveito a sombra do pé de ateira
faço as unhas
serro-as
corto os cantos
passo base
vejo encantos.
Debaixo da ateira
consigo ler Luzia Homem
leio ainda os traços alencarinos
as páginas sobre os submarinos
e rio
de tudo.
Fico protegido pelas folhas da ateira
e o sol não me acha
nem os pingos da nuvem
somente a penugem
os pássaros cantores
conseguem me fotografar
para bombar.
Debaixo da ateira
durmo uma soneca
descanso o corpo físico
descanso a mentalidade
depois acordo
e discordo
da corrução.
A ateira serve como escudo
pois vem a chuva de saraiva
vem a chuva de granizo
vem a fúria dos meteoros
e fico intacto
sem infarto.
Debaixo da ateira
eu penso num grande amor
o qual ficou para trás
eu não esquecerei jamais
só que imagino um paraíso
o teu lindo sorriso
o cabelo liso.
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