- Eita! Que bolão!
Vixe! Que montão!
São provas
E mais provas
Velhas
Novas
Prontas
Pra corrigir
Pra divertir.
Erros
E mais erros
Poucos acertos
Falta de interesse
Falta de atenção
Meu irmão!
A caneta vermelha falha
Ela se acaba
Enquanto meus dedinhos se cansam
A vista sofre
A pressão sobe.
Escrevo a nota
O humor se esgota
Dois e meio
Um
Três
Zero
- Zero?
Ninguém consegue nem a média
Que é seis
Não dezesseis
Eu sei
Você sabe
Nós sabemos.
Vem a preocupação
Do corpo docente
Da gestão
Que não entende
O corpo discente
A mente
Tão inocente?
O relógio toca meia-noite
O galo canta
O cachorro late
O grilo cricrila
Enquanto bocejo
Todos roncam
Outros sonham
E eu... corro
Eu morro
Corrigindo provas.
Ninguém pra auxiliar
Tanta gente pra opinar
Acerca das questões
Dos escores
Dos décimos
Da média
Aritmética
Geométrica
O peso
Pesado.
Na reunião
Entregamos o boletim
Os pais choram
Eles imploram
Melhores resultados
Pois termina o ano letivo
E não há mais supletivo
(...)
O pior obstáculo
É ensinar uma clientela
Que não quer aprender
Mas... só pensa em desobedecer.
- Que terror!
Que horror!
Estudantes indisciplinados
Almejam aprovação
Custe o que custar
E às vezes somos obrigados
A promovê-los.
Dar vontade de rasgar esse balceiro de provas
No entanto sou educado
Sou responsável
Sou concursado
Estou ocupado
Não sou culpado
Dessa percentagem
Dessa imagem
Do gráfico negativo
- Ai! Ai!
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