Ninguém me valoriza
Ninguém me elogia
Ninguém me dar atenção
Ninguém escuta meu coração.
Acho que sou mesmo um ébrio
Um indivíduo que perdeu o equilíbrio
Agora faz-se de doido
Pra passar bem.
As pessoas adoram fazer "hora" com minha cara
Então arranco a máscara
Tiro o chapéu
Jogo o anel
Porém não adianta mais
A moda já pegou
Sou palhaço mesmo.
Pinto as beiradas dos meus olhos
Ponho uma bolinha no narigão
Pareço o cão
Quando o calção
É bordado
E rasgado.
Faço o pessoal ri de mim próprio
O público se mija de achar graça
Depois me calo
Depois me entalo
E caio bêbedo
Pelos becos
Da vida.
Eu vendo pirulitos
Por que a timidez escondeu-se
Ou seja, sou palhaço
E ao gritar
Nem sabem quem sou
Por isso enfrento
Até a tempestade
Na cidade.
Até meus amigos sorriem com minhas palhaçadas
Minha parentela rola de gargalhadas
Daí cutuco os colegas
Faço cócegas
Em suas axilas
E choram
De felicidade
De humildade.
Se eu abandonar a vida de palhaço
Terei vergonha de enfrentar a lida
Faltará comida
Morrerei de sede
Sem sangue
Sem energia.
Longe das maquiagens
Longe da vida de palhaço
Deixarei de escrever
Pensando em morrer.
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