Lembro-me de quando eu era firmado no solo
Minhas raízes enfincadas faziam-me um homem seguro
Eu mais parecia um muro
Difícil de ser derrubado
Eu era afobado
Todavia grudado ao chão
Resistia as tempestades
Que eram constantes.
Num dia desses da vida
Um sujeito indeterminado veio com uma chibanca
Também trouxe uma alavanca
E começou a ferir minhas queridas raízes.
O sofrimento foi tremendo
A dor foi me roendo
A ponto das lágrimas descerem pelo caule
As raízes elas molharam
Facilitando o corte
Quanta falta de sorte!
Com as raízes machucadas
Passei a ser uma árvore insegura
Temendo a queda
Eu sou pobre
Não tenho para-quedas
Usufruo simplesmente de fé
Já que não tenho mais pé.
O vento chega
Balança-me pra lá
Balança-me pra cá
Fico em desespero
Nem sirvo mais de tempero
Apenas de diversão
Para a população
Curiosa.
Paulatinamente
Minhas raízes apodrecem
Não retiram mais
Minerais
Do solo
Nem recebem mais luz do sol
E acabo sendo um zero á esquerda
Diante tamanha perda.
A solução para mim é a morte
Olho para o norte
Sinto SAUDADE
Ainda que... reine a maldade.
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