Olho-me no espelho e não vejo ninguém
Ninguém que possa me ajudar a romper
Romper a corrente que segura os pés
Pés colados num pau
Pau mais duro que ferro
Ferro quente que deixa marcas no corpo
Corpo ingênuo a ponto de ceder
Ceder até morrer
Morrer sem socorro
Socorro acanhado
Acanhado assim como o matuto
Matuto que esconde o dente apodrecido
Apodrecido pela falta de flúor.
Olho-me no espelho e não vejo alguém
Alguém capaz de me arrancar das algemas
Algemas infernais que sufocam
Sufocam meu espírito
Espírito sofrido
Sofrido
Partido
Ferido.
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