Vi o ébrio cambaleante
Estava vacilante
Ao lado do vendedor ambulante.
O ébrio soltava asneiras de seus lábios
Enquanto isso...
Os cientistas limpavam as poeiras d'alguns astrolábios
Escondidos em museus.
Em seguida observei o larápio puxando a carteira do bolso do ébrio
Um individuo indefeso
Controlado pelo vicio
O bicho.
Depois vieram familiares à procura do frágil ébrio
O qual provocara na calçada do bar
E a senhora Lindomar
Morria de raiva e nojo
É claro.
O ébrio tentou levantar-se
Caiu novamente sobre o vômito
Falou besteiras
Dormiu sobre as esteiras
Roncou.
Nada boa a rotina dum ébrio
Pois foge da vida real
Viaja para outro estado
Passa dias ou semanas fora
Leva mil foras
Desaforos
E ressacas.
O ébrio volta ao normal
Tem de enfrentar o peso na consciência
Falta paciência
Ao ouvir a zombaria da garotada:
- Vai beberrão!
Vai pros quintos do cão!
Coloco-me no lugar do ébrio
Sei que não é fácil deixar o vicio
Fazer promessas
E... nada...
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