A escrita me obriga a passar a noite acordado
enquanto meu filhote e minha filhota brincam com dado
daí eu aproveito para escrever novecentas linhas
todas elas em homenagem às galinhas
pelo churrasco
pelos ovos.
Eu não grudo o olho sequer um quarto de hora
ligo o ventilador e as muriçocas vão embora
mas agora...
terei de enfrentar o abrimento de boca
que coisa louca!
Escrevo cinquenta e cinco páginas inteiras
as lágrimas passam a ser as minhas companheiras
meu espírito tem sede de mais conhecimento
ele mexe com a base de meu pensamento
então corro até ao quintal
vejo o bacurau
no jirau.
Há um bom tempo que eu evitara pernoite
ou seja, pernoute
porém hoje deu-me uma vontade louca
e aqui estou
digitando
chorando
amando.
Pernoitar não ficou pra todo mundo
ficou apenas para escritores
para doutores
para vagabundo
todo imundo.
É pernoitando que consigo algo mais que o restante
posso subir acima da faixa do horizonte
e toco no poder inexplicavelmente infinito
que esconde-se por detrás do astro rei
o Sol.
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