Você foi embora
Você desapareceu
A chuva de lágrimas apareceu
O inverno começou.
Abriram-se as torneiras
Abriram as glândulas lacrimais
É muita água descendo pelo rosto
Os olhos parecem canais.
A chuva de lágrimas não quer parar
Enche rios
Enche lagos
Enche açudes
Enche cisternas
Enche cacimbões
(...)
Observo o pluviômetro
Observo o pluviograma
Observo o pluviógrafo
Vejo o registro de 95,4 milímetros de lágrimas
Todas quentinhas
Caem de saudade
Molhando a cidade
E as maçãs do rosto
Agora em agosto.
Que enxurrada, meu Deus!
Quantas lágrimas!
Grande alagamento
Grande sofrimento
Neste momento.
Assim que você voltar
Serão fechadas as torneiras
Cessará a chuva de lágrimas
Que molha as pulseiras
Molha as pitombeiras.
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