terça-feira, 27 de março de 2018

O SEPULTAMENTO DA ESPERANÇA

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Está sendo bastante comentada a morte da esperança
que não é uma mulher
não é a expectativa
não é uma colher
não é uma virtude teologal
nem é algo sobrenatural.

Quem morreu foi a esperança
ou o inseto ortóptero verde e saltador
o maior pulador
o maratonista
o atleta.

Um angorá viu a esperança brincando de voar
voava sobre (entre) as folhas das plantas
quando foi surpreendida pelas patinhas (patas) do bicho
o qual lhe assassinou com uma unhada
que depois foi escondida.

O esposo da esperança desmaiou ao saber do acontecido
os filhotes esperançosos choraram sem parar
os amigos esperançados não conseguiram acreditar
daí foi tanto gemido durante o velório.

No dia seguinte...
As colegas formigas se prontificaram para realizar o sepultamento
todas arrumadas saíram puxando o corpo morto pelas veredas
nesse momento era grande o sofrimento
todos os visitantes em um só pensamento
partiam rumo à despedida.

Na hora de enterrar a saudosa esperança
(escrita com inicial minúscula)
todos fizeram um círculo, uma aliança
de jamais esquecerem das boas obras feitas pela amiga
de jamais esquecerem da ferida
a qual fora sarada por intermédio da defunta.

O leitor precisava ter visto pessoalmente
a cena das formigas arrastando o cadáver pelo caminho
elas colocavam tanta força
mas a esperança era tão maneirinha
o peso tão pouquinho
tão leve.


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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...