quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
O FATO DO BODE
Papai vivia dizendo que me mostraria um fato de bode
E eu meio cismado
Até que queria conhecer
Queria saber
Do que se trataria.
Certa madrugada
Acordamos e fomos ao chiqueiro
Onde dormiam cabras, bodes e cabritos
Os quais cedinho já estavam famintos.
Papai amarrou a corda no pescoço do bode
Depois levou o bichinho ao matadouro
O lugar do agouro
(isso para mim adolescente).
Chegando ao destino cruel
Meu genitor sem piedade
Batera a cabeça do bode com machado
E meu coração machucado
Pôs-se a gemer
A tremer.
Depois veio a cena mais difícil
Quando meu pai abriu a barriga do coitado do bode
E finalmente descobri o tal fato
Tão fedorentinho
Mais do que jumentinho
Todo molhadinho.
Papai dizia para mim
Que nós comeríamos buchada de bode
Ou melhor... as vísceras
As tripas
O fígado
A passarinha
A lingua
O pulmão
O coração.
De fato eu não...
Queria fato
De jeito algum
Preferia pato
Que também não gosto.
Enquanto papai preparava o fato
Em seguida aprontava o prato
Eu quase provoco
Eu quase boto os bofes para fora
- Eca!
Até hoje
Não como bode
Pois detesto o cheiro velho de leite
Sei lá...
Só sei que apanhei naquele dia
Mas não engoli o fato de bode
Inventado pelo saudoso pai
O qual queria me ver bem
Bem alimentado.
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