VERGONHA DE VOCÊ

Estou enfrentando uma crise financeira terrível
Sou obrigado a catar lata no lixão
Em seguida vendo os objetos achados na reciclagem
Isso não suja jamais a minha imagem
Porém tenho vergonha de você
Ao amanhecer
Quando empurro um carrinho feito de geladeira
Subo a ladeira
Rumo ao aterro.

Vergonha faz é...
Roubar o que é alheio
Mas catar algo reaproveitável no lixo
Acredito que demonstra honestidade
Uma obra de caridade
Para a cidade
A qual fica mais limpa.

Toda vez que vou empurrando o carrinho cheio de papelão
O carrinho cheio de latas, plástico, vidro, garrafão...
Aí... Lá vem você...
Parece que foi combinado
Parece de propósito
Daí desejo enfiar a cabeça num buraco
Torno-me tão fraco
Frente a beleza do amor
Que usa leque devido o calor.

Pra que vergonha da sucata?
Vou me envergonhar da covardia
Vou me envergonhar da monotonia
Vou me envergonhar da letargia.