domingo, 24 de dezembro de 2017

SEM NADA PRA FAZER





A Rochele (minha sobrinha) diz que não tem nada pra fazer
Por isso vive nas calçadas
Com as amigas descalçadas
Dando mil gargalhadas
Falando da vida alheia
Falando mal até da sereia
Que talvez nem exista.

Bem que na casa de Rochele tem muito o que fazer
A casa para arrumar
A estante para espanar
O piso para o pano passar
A roupa para lavar
O vestido para passar
O lixo para juntar
O almoço para cozinhar
A criança para banhar
O gatinho para acariciar
O jardim para aguar
A televisão para ligar
O computador para navegar
A joia para arear
O telefone para ligar
O batom para passar
(...)

Se eu fosse citar
O tanto de ocupações que temos na casa de Rochele
Passaríamos o dia todinho
Enchendo o bloquinho
Com a listagem
Que não é bobagem
Mas há muita bagagem
Para ela se ocupar.

Cheguei a pedir a Rochele para ler meus poemas
Porém ela falou que é podre de preguiça
E prefere fofocar com a Alícia
Amiga de anos.

Pedi pra Rochele escrever alguma coisa
Ela disse que faltam ideias, palavras...
Mas isso é desculpa
Por que já escrevi mais de mil textos
E ainda faltam milhares de vocábulos
Para que eu os explore
Os decore.

É só falta de interesse
Quando a gente quer
Na estrada põe o pé
Põe o boné
Toma café
Enfrenta a maré
Chega em Nazaré
Come punaré
Faz cafuné
(...)

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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...