AO PÉ DA MONTANHA

Desde anteontem que estou ao pé da montanha
estou à procura da água que me banha
a qual encontra-se só e tão somente no leito
do rio eleito
o Waskofrajocys
uma das sete maravilhas
de meu coração
o coraçãozão
o coraçaço.

Ao pé da montanha
levanto a cabeçorra
olho para cima
contemplo o topo
que é mais alto do que eu
e educo o meu eu.

Jogo-me nas águas cristalinas do rio
o qual fica entre as duas montanhas
sinto o sabor de H2O
caio no fundo
buraco profundo
grito pela vovó
pois estou morrendo afogado
tão afobado.

Ao pé da montanha
escorrego nas barreiras lisas do rio
eu sorrio
pra não chorar
devo gritar
todavia prefiro silenciar
para evitar escândalo
na terra do sândalo.

A única maneira de ficar mais alto do que a montanha
é subir até onde não der
chegar ao ápice
ao cume.

Nem revelo o meu desejo imenso
de residir entre as montanhas gêmeas
as quais protegem o curso das águas transparentes
vistas por meio das lentes.

Ao pé da montanha
estou eu
com meu ego
cego.