O que escreverei agora
Não são palavras minhas
Mas da Berenice
Prima da Elenice
Que está enfrentando problemas financeiros e sentimentais.
"Droga de vida...
Nem sei por que nasci
Nunca vivi
Sou um trapo
Um caco
Que foi jogado no lixo
Não presta mais pra nada.
Deveria ter morrido
Você nem imagina o que tenho sofrido
Não tenho emprego
Não tenho dinheiro
Não tenho direito
Não tenho paz.
O mundo todo contra mim
Todos zombam de mim
Olham-me com desprezo
E eu vivo presa
Nesse complexo de inferioridade
Vai passando a idade
O mercado de trabalho mais exclui.
Nem sei mais como olhar nos olhos das pessoas
Acho que me chamam de "coroa"
Daí cresce o meu ódio
Penso em dar cabo à vida
Pois estou sem comida
Sem roupa para o final de ano
Sem ânimo.
Oxalá que o trem me atropelasse!
Seria melhor sumir
Logo iria subir
Do sofrimento sair
Da covardia
Da antipatia.
Quem não sabe do que estou enfrentando
Pensa que estou feliz
Mas não... estou infeliz
Loooooooooonge de meu amor
É grande a dor
Vem o rancor
O mau humor.
Até Deus virou o rosto para mim
Meus familiares dão rabissaca
Meus amigos me evitam
Sou zero-à-esquerda
Sou merda
Lerda.
Que venha logo o fim!
Que eu morra igual o pinguim!
Que eu vá depressa ao país dos serafins!"
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