terça-feira, 21 de novembro de 2017
A SECA QUE ASSOLA O SERTÃO
Na beira da estrada...
Encontram-se os restos mortais de bois e cavalos
Ali estão as ossadas de vertebrados
Também de alguns inverterbrados
A presença marcante da poeira
O pobre homem que vem da capoeira
Com o estômago roncando de fome
Enquanto a nuvem some
Sem nenhum sinal de gotas.
As casas de taipa continuam na seca
Falta alimento
Falta condimento
Falta vitamina
Falta leite pra menina
(...)
As cisternas andam secas
Faz tempo que não cai líquido da goteira
Faz tempo que vive fechada a torneira
E para completar...
O carro-pipa sumiu
Ele despareceu em meio ao calor
A falta de amor
O sol escaldante
Horripilante.
O povo do sertão
De madrugada corta pau para fazer carvão
Quem sabe virá um tostão
Para comprar arroz, ovo e feijão...
... é de cortar coração
A situação
Do sertão
Quando percebe-se um pequeno balde d'água para banhar seis pessoas
Enquanto gastamos rios de água na cidade sem dó
E ainda deixamos a torneira pingando a noite inteira.
A seca que assola o sertão
Faz-me relembrar "Asa Branca" do Luiz Gonzaga
A qual retrata a praga
Da falta de fartura.
Até quando a "Indústria da Seca" deixará o sertão atrofiado?
Até quando o povo ficará calado?
Até quando deixaremos de analisar a expressão de Antônio Callado?
- Até quando?
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