Há dois dias atrás
Sonhei que eu recebera a incumbência de alegrar os demais planetas solitários
E deveria enchê-los de poemas ou poesias
A fim de tirá-los das paralisias
Das letargias
Das apatias.
Então produzi três dúzias de estrofes
E tive que levá-las ao solo rochoso
Do planeta pedregoso
O menor
O mais amigo do sol
O Mercúrio
O qual jamais conheceu o escuro.
Em seguida construí uma montanha de versos
Depois eu a levei em direção ao Universo
Estacionei em Vênus
A "Estrela D'Alva"
Onde retirei dos pés o tênis
Vi o brilho fortíssimo
Agradeci ao Altíssimo
Pelo planeta bem quente
Tão solitário
Sem satélites
Parece algo imaginário.
Depois me dirigi a Marte
Carregando uma caixa cheiinha de rimas
Chegando lá entreguei o objeto à dupla Fobos e Deimos
As quais deram as boas-vindas do Planeta Vermelho
Repleto de partículas do óxido de ferro
Dei um berro
De frio
Que calafrio!
Chegou a vez de levar uma tonelada de poesias
Até a maior bola
A qual é 1300 vezes maior que o Planeta Azul
Refiro-me ao planeta gasoso
Cheio de hidrogênio
Mas é um gênio
Quando seus sessenta e sete satélites me receberam carinhosamente
Palmas ao Júpiter...
Noutra oportunidade fui até Saturno
Cheguei lá em algum turno
Nem me lembro mais
Só sei que levei de presente uma centena de poemas
Relacionados aos belíssimos anéis
Relacionados às sessenta e duas luas
Que exercem fielmente seus papéis.
Como estava ansioso para visitar Urano
E poder doá-lo um estribilho
Poder admirar seu brilho
Daí chegou o dia certo
Flutuei até lá
Um belo lar
Bom de amar.
Finalmente obriguei-me a transportar uma arroba de poesias
Ao recanto do amônio
Ao recinto do metano
Onde há poucas moléculas de H2O
Todavia fui bem recepcionado
Fui bastante ovacionado
Em meu Fiat Uno
Em Netuno
Esquisito
Distante
Galante
Amante.
Ao despertar do sono
Senti-me orgulhoso
Senti-me realizado
Em poder levar poemas do planeta dos humanos
Do planeta dos hermanos
Aos demais companheiros do Sistema Solar
Que aprendo cada vez mais amar
E alegrá-los.
.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário