domingo, 15 de outubro de 2017

O PESADELO EM CRECHE DE JANAÚBA





Ninguém conhecia Janaúba com seus sessenta e sete mil habitantes
Porém agora é falada
Depois de viver calada
Até sofrer o crime
Isto é, o clima
De terror
Que horror!

Oito crianças
Uma professora heroína
Passaram para o outro lado da vida
Após as queimaduras
As amarguras
As agruras.

A creche de Janaúba
Parecia mais o holocausto ou Shoá
Onde cerca de seis milhões de judeus foram assassinados
Apagados.

Quando vi as mães desesperadas gritando frente à fumaça
Lembrei-me da Grande Tribulação
Ou seja, de um sofrimento vindouro
O qual partirá seu coração
Ainda que caminhe sobre ouro.

Quando vi as mães desesperadas à procura de seus frutos
Imaginei-me desmaiando caso a tragédia fosse comigo
Eu atropelaria meu amigo
E pularia dentro das chamas
Juntamente com a Helley Abreu Batista
Já que meu nome também é Batista.

Não consigo criar ódio contra o Damião
Já que virou defunto
E não sou juiz
De almas
- Calma! Deus sabe de tudo...

Só sei que...
Fiquei também de luto assim como Minas
Assim como Janaúba
Pus-me debaixo dum pé de carnaúba
E meus olhos lacrimejaram.

Pus-me no lugar dos familiares
Senti a dor aqui de longe
E nem precisa ninguém saber disso
Pois o meu compromisso
É com os versos
Que homenageiam.

Lamento
Lamentamos
O pesadelo na creche
O qual mexe
Com o íntimo da gente.




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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...