domingo, 30 de julho de 2017

O VENENO DA SUCURI





Lembro-me da primeira vez
Que dei de cara com uma sucuri
Que media quase oito metros
E tive uma ligeira impressão
De ver um trem rastejante
Ou gigantesco avião.

Ao observar a monstruosa serpente
Senti-me do tamanho dum pente
E criei uma cena na mente
Isto é, o réptil me laçara
Ou me agarrara
Quebrando a minha coluna vertebral
Na beira do canal.

A sucuri é a maior cobra da América Latina
(Se eu errar pode me corrigir)
E faz qualquer pessoa se arrepiar de medo
Quando de manhãzinha cedo
A gente a encontra pelo caminho da vida.

Mas a coitada não tem culpa de ter nascido gigante
E quem garante
Que a sucuri viva pensando em ser diferente
Ser como a gente
Light
Esbelta
In the night.

Só sei que falei para umas dez pessoas
Sobre a anaconda vista por mim na selva
Quando ia subir à serra
E unanimemente disseram que aconteceu um milagre
Pois a boiuna poderia ter me atacado
Poderia ter me picado
Daí eu teria morrido envenenado.

Fui pesquisar a vida da sucuri
Descobri que não é peçonhenta
Nem é lenta
Quando vai apertar alguém
Quando vai abraçar alguém.

Graças a Deus que não é venenosa
Nem carinhosa
E quero a bichona bem distante de mim
Diga que sim.








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