No Brasil manda quem tem mais mérito
Quem é emérito
Quem tem crédito
Quem é médico
Quem não é fétido
Consegue o poder
Ainda que não seja benéfico.
Eu possuo cartão de débito
Sou um cara poético
Admirador épico
Mas sou emético
Por isso caio no descrédito
Vivo sem mérito
No mundo cético
E bélico.
O Brasil é governado por quem tem mais mérito
E acho isso hermético
Quando sou um poeta frenético
Um escritor ético
Apesar do meu eu alérgico
Tento tratar o problema ortopédico
Como algo genético
Relacionado ao século.
A cor verde-amarelo está ficando tépida
Aparenta uma fraqueza inferior à fécula
Parece evaporar-se a molécula
Diante do trono dirigido pelo senhor mérito
Que despreza o remédio genérico
No país enérgico
Apesar do roubo de tubérculo.
Fico mudo no espaço onde reina o mérito
Entretanto ninguém se importará com minha réplica
Assim como pouco dão valor à oração assindética
Eu juro que... choro ao ver o poder esquelético
O drama de vítimas do teor psicodélico
E a bandeira só não cai em descrédito
Por causa do povão benéfico.
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