Ouvi a canção "Meu Mestre" do cantor Lázaro
Enquanto as lágrimas desciam salgadinhas
Bem quentinhas
Escorriam pelo canto da boca.
As lágrimas vieram das glândulas com sede
Elas molharam o meu travesseiro
E ficou o maior aguaceiro
No colchão
Na colcha
E foi até à coxa.
Chorei um rio de lágrimas
E meu corpo pediu um guarda-chuva
Mas... o líquido foi teimoso
Escorreu gostoso
Molhou-me completamente
Até a mente.
Jamais pensei que mataria a sede com lágrimas
Após tomar um copo delas
E ainda bebo confiando nelas...
Tenho posse do mar de lágrimas
Tenho um pote
Tenho uma cisterna
Tenho um tanque
Tenho uma lagoa
Tenho um depósito de lágrimas
Nunca descoberto por ninguém
E não vendo por vintém.
Ontem mesmo sequei um balde
E debalde
Perdi as lágrimas...
Elas gotejam aqui pela maçã do rosto
Sinto o gosto
- Sinta também ao vivo.
Quando as lágrimas nascem ou pulam pela janela
Eu encho a panela
Pego a flanela
Enxugo a vidraça
Saio da desgraça
Pois elas desabafam
Elas são poderosas
São deliciosas
Com sabor de cloreto de sódio
Evapora-se meu ódio.
Não sei o porquê de tanto gemido
Não sei por que me espremo
E enquanto mais me fecho
Mais as lágrimas brotam
Até o desfecho.
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