sábado, 20 de maio de 2017
PINDAÍBA
Cheguei da Paraíba
na maior pindaíba
pus as mãos no bolso
o bolso furado
o bolso minado
o bolso minguado.
Fui à Itaitinga
ainda na pindaíba
nem dez centavos
para comprar cravos
para meus intestinos escravos
porém bravos.
Voltei de Curitiba
perseguido pela pindaíba
sinto-me anão
sem melão
pra matar a fome
que me consome
aos poucos.
Passei em Miraíma
continuou a pindaíba
maltratando meu estômago
ferindo o meu âmago
e ninguém pra compartilhar
nem pra conversar.
Visitei Itaitira
carregando a pindaíba
levando nas costas a ferida
nenhuma cédula
mas minha mente crédula
pensa alto
dar um salto
e acha cinquenta reais
novinho em folha
mesmo diante do ápice da corrupção
da delação.
Dei umas voltinhas em Ibicutinga
sendo filmado pela pindaíba
o bolso ainda vazio
o bolso rasgado
nada pra ser mastigado
a falta dos amigos
a falta de abrigos.
Trabalhei duramente em Taíba
abandonei a pindaíba
ganhei dólares
vendi colares
então os amigos retornaram
eles me elogiaram
com a maior cara-de-pau.
Livre estou da pindaíba
fiz doação ao caraíba
uma nota de cem
lá no porto do Pecém
mas não disse pra ninguém
que me chamava zé-ninguém.
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