quarta-feira, 31 de maio de 2017

DÂNDI



Bem que eu queria  ser um cabra que se veste
com extremo apuro
mas o escuro
deixa-me em apuros
e sem trabalho
eu me atrapalho
caio do galho
sujo-me todo
caio no cesto de alho
bato a cabeça no assoalho
soalho
só alho
fedo.

Tenho vontade de vestir roupas bonitas e elegantes
mas eu trabalho numa borracharia aqui do subúrbio
começo às sete e vou até às vinte e duas
findo o dia completamente sujo
da sociedade fujo
igual caramujo
que se oculta
na concha
com timidez
talvez.

Vem a preocupação em me vestir bem
só que a grana da prefeitura é igualzinha a carne de alma
que a gente tenta mastigar
dentada dar
quer rasgar
quer triturar
quer saborear
e nada
somente o espaço
que trapaça!

Roupas de qualidade são caríssimas
o dinheiro é pouco
viro porco
jogo-me na lama
caio na cama
fica imunda
no domingo
e na segunda.

Nunca fui dândi
nem sou ainda
porém poderei ser
assim como você.





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