Quando eu era menino
Papai me atravessava no ombro
Para o outro lado do rio
Com a mochila nas costas
Quando me lembro rio
Faço um minuto de silêncio
Não dou sequer um pio.
Quando eu era garoto
Papai me atravessava nas costas
Pois o rio estava de nado
E eu comia nabo
Quer dizer: Nada
No recreio
Diga "creio".
Quando eu era adolescente
Papai me atravessava no lombo
Para o outro lado do rio
Morria de medo de tombo
Pois seríamos afogados
E éramos afobados.
Quando eu era piá
Ia estudar
Papai me atravessava no ombro
Com água do rio no pescoço
Caso houvesse um só tropeço
Seríamos levados pela correnteza
E sairia a manchete no Barra Pesada:
"Pai e filho morrem afogados
Quando iam ao colégio
Que sacrilégio!"
Quando eu era petiz
Era aprendiz
Papai me atravessava nas costas
Pois o rio não tinha ponte
Eu tinha que ir à escola
Onde de saber é fonte
Para depois não pedir esmola
E Ver os meus futuros filhos na cola
Escondida na sacola.
Papai me atravessava no ombro
Para o outro lado do rio
Com a mochila nas costas
Quando me lembro rio
Faço um minuto de silêncio
Não dou sequer um pio.
Quando eu era garoto
Papai me atravessava nas costas
Pois o rio estava de nado
E eu comia nabo
Quer dizer: Nada
No recreio
Diga "creio".
Quando eu era adolescente
Papai me atravessava no lombo
Para o outro lado do rio
Morria de medo de tombo
Pois seríamos afogados
E éramos afobados.
Quando eu era piá
Ia estudar
Papai me atravessava no ombro
Com água do rio no pescoço
Caso houvesse um só tropeço
Seríamos levados pela correnteza
E sairia a manchete no Barra Pesada:
"Pai e filho morrem afogados
Quando iam ao colégio
Que sacrilégio!"
Quando eu era petiz
Era aprendiz
Papai me atravessava nas costas
Pois o rio não tinha ponte
Eu tinha que ir à escola
Onde de saber é fonte
Para depois não pedir esmola
E Ver os meus futuros filhos na cola
Escondida na sacola.
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