Alta madrugada
Quando canta o galo
Sinto falta do teu cheiro
Procuro-te pelo prédio inteiro
Dizem que sofreste um sequestro
Aí eu me descontrolo
A pressão arterial enlouquece
O coração dispara
Eu choro.
A viatura policial faz buscas
Meu pensamento enxerga milhões de coisas
Meu espírito vai até onde tu estás
Um anjo divino protege-te
Eu fico bastante nervoso
O tempo permanece tenebroso
- Amo-te.
Perigosamente saio por aí
Tomo uma porção de açaí
Preciso me tranquilizar
Devo me acalmar
Senão sofrerei um ataque
Diante ao desespero
A sua ausência.
Madrugada escuríssima
Onde ronda o demônio desde à meia-noite
Quando corre o bicho lobisomem
E sinto-me um débil homem
Sem lenço
Sem documento
Sem sobrenome
Sem nome.
Nasci com escassez de sorte
Vejo a foice da morte
Desenhada na parede
Perto da luminária
Em posição de corte.
Desse jeito você me mata...
E ouço o miado da gata
Que deitada sobre o telhado
Paquera o macho
- Eu acho.
De repente...
Um helicóptero sobrevoa nosso apartamento
Solta você lá das nuvens
E pego-te nos braços
Aos abraços
Inéditos.
Desse jeito você me mata...
Quando faz brincadeira de mau gosto
Esconde-se na escuridão da mata
Enfrenta as garras dos guiopardos
Dos pardos
Dos medos.
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