CASAMENTO INESPERADO

Todo mundo ansioso para assistir o casamento de Raul e Bené
Marcado para o dia quinze
Às dezenove horas
Na Igreja Do Sopro Divino
Rua Dom Firmino
Sem número.

Finalmente chegara o momento tão esperado
O noivo espera próximo ao altar
Os convidados se acomodam
A decoração do templo impecável
O clima amável.

De repente... toca a música da entrada da noiva
Lá vem Bené linda como sempre
A mãe dela chora
O pai implora:
- Mulher, fica feliz
E te controla.

A noiva desfila sobre o tapete vermelho
Chega frente ao noivo
O celebrante manda adentrar a dama de honra
Toma as alianças
Prossegue o ritual da cerimônia
E pergunta à nubente:
- Você está ciente?
Você aceita o Raul como seu legítimo esposo?
Daí ela reponde que sim.

Logo em seguida o celebrante pergunta ao noivo:
- E você?
Aceita a Bené como sua legítima esposa?
Daí ele responde que NÃO
Pense na confusão.

Foi o maior tititi
Era gente cochichando
Era gente chorando
Era gente desmaiando
Era gente se escandalizando
E sucessivamente.

Então o celebrante pediu o silêncio da plateia
E mandou que o noivo se explicasse usando o microfone:
- Olha pessoal... eu não queria fazer este espetáculo
Mas... quero dizer que... nunca amei de verdade a Bené
(apenas tinha dó dela)
Eu gosto de diversas mulheres
Eu gosto dumas doze mulheres
Elas estão todas aqui
Fiquem de pé...

Não é que levantaram mesmo doze mulheres
Ou seja, doze ficaram de pé
E afirmaram que têm fé
De algum dia casarem com Raul
De véu e grinalda
Na igreja.

Aí o leitor me indaga sobre a situação da Bené...
A tadinha foi quem desmaiou
Ela infartou
E encontra em estado grave
Numa clínica particular.

Os irmãos e primos de Bené quiseram espancá-lo
(o noivo Raul)
Só que a polícia interviu
- Viu!