TALVEZ NINGUÉM ENTENDA...

Quantas vezes usarei vocábulos intricados
daí meus telespectadores
quer dizer: meus leitores
ficarão intrigados
comigo
e consigo
mesmos.

Nada se faz à toa
pois navego de canoa
subo rio acima
retorno às pressas
pago promessas
na terra
no céu
no inferno
no inverno.

Que vida de antônimos!
Meu Deus!
Quanto sofrimento!
Quantos pensamentos!

Escrevo poemetos
há alguns meses
sem lucrar
almejo alcançar
os lares
os mares
os luares.

Sempre penso em alguém especial
jamais digitarei imaginando uma cadeira feia e quebrada
pois sou emotivo
sou criativo
sou ativo.

Conheço bastante personagens importantes
as quais vivem ao léu
nem olham para o céu
adoram fel
misturado ao molho.

Que desgraceira é essa?
Nada presta
nem a festa
a marca na testa.

Observo detalhe por detalhe
os traços angelicais que tu carregas no rosto
é de dar gosto
então inverto as coisas
saio pela porta dos fundos
fujo
enferrujo
fico encalhado
molhado
pelos pingos da chuva.

Deus me acuda!
O santo é de barro
entro no carro
cheira a cigarro
espirro
nasce a birra
calo-me.

Corpo
alma
espírito
preparados para subir
jamais sucumbir
sem escape.

Vejo a fumaça subindo da chaminé
vejo o chimpanzé
ponho o boné
ou melhor... o chapeú
lembro da Capela Sistina
Sacellum Sixtinum
inspirada no Templo de Salomão
o reizão
da sabedoria
da filosofia.

Existem coisas na vida
que a gente escreve com intuito de confundir
de embaraçar
e é isto que está acontecendo neste exato momento
ou seja, o escritor
escurece o cenário ao leitor
ao agricultor
ao reitor
ao doutor.

Espero que ninguém entenda
ninguém compreenda
pois tudo não passa de mera lenda
escrita sem sentido
para corpo partido
oprimido
pela nova geração Teen.

Magricelos e magricelas
com inovações grotescas
pensam ser alguma arte
mas em parte
são um desastre ecológico
por que não dizer "biológico"?

Pararei enquanto não me incriminam
por enquanto vou andando a pé
com fé
de chegar ao destino planejado
ou ao pequeno aglomerado
de Santa Quitéria
onde farei uma matéria
acerca da bactéria.