Sabe o pedacinho de pedrinha perdido no meio da mata
A pedrinha desprezada
Talvez nunca encontrada
Jamais vista por alguém
Ela é como se fosse ninguém
Esse seixo sou eu
Sabia?
Não nasci com jeito pra ser uma grande penha
Não nasci com jeito de super herói
Eu sou apenas um seixo isolado da sociedade
Alheio à cidade.
Por incrível que pareça
Sinto-me tão bem sendo pedregulho
Menor que um gorgulho
Em meio à vegetação
Do sertão.
Aprouve ao destino me produzir pétros
Pois se eu fosse uma gigantesca rocha
Talvez eu não fosse uma tocha
Que clareia o universo poético.
Repito: Orgulho-me de ser o menor seixo da mata
Sem fama
Sem grana
Sem brahma.
Sou um ser pequeno escondido
Bem esquecido
Também esquisito
Preso à ignorância
Do mundo selvagem.
Aos poucos vou sobrevivendo aos desafios da modernidade
Sei pouco escrever
Sei pouco ler
Mas tenho vontade
De vencer.
Para finalizar
Gostaria que você fechasse seus olhos
Imaginasse um único seixo abandonado numa floresta fechada
Onde não há linguagem falada
E saiba que sou eu
À procura do eu
Perdido há décadas atrás.
.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário