sexta-feira, 7 de julho de 2017

VIDA EFÊMERA



Dia treze de novembro
O relógio marca 19 horas e vinte e cinco minutos
Quando olho nos olhos de Beto
E dialogamos acerca da brevidade da vida
Ele diz que almeja ser um homem reto
As lágrimas escorrem pelo canto do nariz
E eu me comovo.

Sigo em direção da minha casa
Ando depressa como quem tem asa
Passam-se apenas dez minutos
Entro na sala
Sento-me no sofá
Estou de volta ao lar
Para descansar.

O telefone toca
O relógio marca 19 horas e trinta e cinco minutos
Quando alguém na linha diz:
- JB Paiva... Acabaram de matar o Beto...
O Roberto
(Filho da dona Jandira).

- Meu povo! Ninguém imagina o susto!
Como pode?
Acabei de olhar dentro dos olhos do Betinho
Contemplei o seu semblante de sofridinho
Foram-se simplesmente dez minutos
E... O Beto já deixou de ser gente
Oh! My God!

Não tive como conter o choro
(não adianta mentir)
Pois precisei desabafar
Havia um entalo no meu gogó
Olhei pelos buracos do combogó
E reinava a tristeza
Em Fortaleza.

Como a vida é bela!
Ela é bela
Mas efêmera...

Há dez minutos atrás o Bebeto estava vivinho da silva
Ele conversava comigo
Ele precisava dum ombro amigo
Desejava abandonar o mundo do vício
Não queria cair no precipício
E num instante virou espírito, alma...

Crivaram o corpo do rapazote de bala
(note o sujeito indeterminado)
Parecia mais os furos em uma mala
Jogada no lixão
Do campão.

Reflita: Eu sou como vela acesa
Nós somos passageiros
Partimos ligeiros
- Adeus!



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