MAIS UMA VEZ...VISITANDO AS AMIGAS PROPAROXÍTONAS

Não sou apóstolo
Uso apóstrofo
Não sou apóstata
Estudo a diáspora
E a fórmula
De Bhaskara.

Cristo é alfa e ômega
Ele é adorado no lugar santíssimo
Ele é perfeitíssimo.

Eu amo parábolas
Gosto de mandrágoras
Do teorema de Pitágoras
Evito fábulas
Sei o que é ônica
A mulher biônica
E a sílaba tônica.

Não sou presbítero
Sou diácono
Que olha o ábaco
O ser fanático
E enfático.

Conheço a professora Úrsula
Que sofre de úlcera
Mas compra púrpura
Fabrica túnica
É filha única
E é mediúnica.

Às vezes sou ríspido
Pouco rápido
Sou intrépido
Não estou fétido
Não quero ácido
Sou plácido.

Jamais me cansarei das amigas proparoxítonas
Bem mais atraentes do que as oxítonas
Elas me tiram a cólera
Elas me deixam de cócoras
Fazem cócegas
Na mandíbula
Da libélula.

Se o leitor não pedir pra eu parar ou frear as proparoxítonas
Daqui a pouco estarei citando as paroxítonas
Perante o espetáculo
Do sustentáculo
Em Mônaco.

Queria parar de digitar as proparoxítonas
Aí lembro das átonas
Das briófitas
Das óticas.

Estou aqui sentado na poltrona das paroxítonas
Querendo dar um paradeiro nas tônicas
Porém quando vou diminuindo o poder do velocímetro
Escrevo decímetro
Escrevo higrômetro
Escrevo hidrômetro.

Juro que agora irei parar as proparoxítonas
Pois estou com sono e sou sonâmbulo
Só que enxergo os vocábulos por outro ângulo
Vejo um pêndulo
Vejo um córrego
E fico pálido.

Alguém pode apertar o botão OFF das proparoxítonas
Por que mais elas surgem no círculo
Mais elas enriquecem o currículo
E vão ficando decrépitas
Não perdem o crédito
O mérito.