VULTO ASSUSTADOR

Era de madrugada
Alta madrugada
Quando precisei me levantar para ir ao mictório
O qual fica localizado ao lado do escritório
Então eu preferi não acender luz alguma
A fim de não incomodar minha esposa
Nem o animalzinho que a gente cria
A raposa.

Daí fui caminhando pelo corredor do casarão
Pense numa terrível escuridão!
Quando de repente... Senti umas pisadas me seguindo
Como se alguém estivesse me perseguindo.

- Atenção! Suspense!
Pense
No que seria...

Não vou mentir
Ou me fazer de bichão
Pois tremi o coração
Fiquei arrepiado
Fiquei arrupiado
Fiquei piado
Quase desceu o líquido da bexiga
- Vai xinga!

Tremendo continuei a caminhar pelo corredor
Tão assustador
E vi um vulto negro
Com aspecto de morcego
Vindo ao meu encontro
E tentei fugir por todo canto
Porém o leitor entende como é a estrutura de um corredor
Ou seja, não tem pra onde escapar.

Tive a ligeira impressão de que o vulto
Estaria tentando entrar para dentro de mim
Pois vinha pronto como quem dar uma voadora
E peguei o cabo de uma vassoura
Apontei para o monstro
Pensando ser o Bafomé
O Cabra Velho
O leviatã
O Satã.

Logo bati o pau da vassoura com bastante força na parede
Minha mulher acordou-se
Ela apavorou-se
O vulto evaporou-se
E acho que foi o medo
Que produziu todo aquele cinema
Em Capanema.