LUA CHEIA

Dia nove de junho...
Noite de lua cheia
Cheia de belezura
Cheia de ternura.

Olho para o céu azulado
Deixo de ser azilado
Vejo infinitas nuvens andantes
Vejo as avoantes
Que se deslocam
Que chocam
Que se chocam.

Outra vez...
Levanto o olhar para cima
Contemplo a nuvem caminhante
Ela tem formato de elefante
E o mais interessante
É que se desmancham
Portanto não mancham
O tapete sideral.

Chamo meu bisneto de cinco aninhos
Aponto a nuvem com o fura-bolos
Ele arregala os olhos e mira a lua cheia
Eu o chamo a atenção
Digo que ali voa o corujão
Digo que ali desenha-se um escorpião
Digo que ali roda-se o pião
E o baby fica fascinado
Danado.

Esqueço um pouco do satélite natural...
Fico babando ao ver a nuvem com cara de ovelha
Outra com gestos de abelha
Outra com corpo de carneiro
E uma menorzinha com medo do cinzeiro.

A lua cheia se despede
Mas antes de retirar-se pede:
- Podem dormir
Agora é proibido desenhar
Agora é proibido pintar
Pois apagarei a minha luz
Que reluz.