domingo, 14 de maio de 2017

TEM GENTE QUE COMEÇA DE POUCO E CHEGA AO TOPO



Oh!
Nada
Nadinha
Tão pouco
Nenhum porco
Quase mendigando
Tudo cada vez minando
Está terribilíssima a escassez
Não sou adepto da mesquinhez
Arregaço as mangas para o trabalho
O salário mínimo quebra bem o galho
Depois passo a ganhar o triplo do normal
Pareço um marqueteiro na mansão ao ler jornal
A mídia que me rejeitava veio buscar o meu sucesso
Agora todo mundo faz questão de bajular o meu progresso
Confirmo para você que agora não sou mais o mesmo pobretão
As pessoas da comunidade global adoram me chamar de sortudão
Meio sem jeito jamais esquecerei das origens humildes do meu sertão
Tento a todo instante apagar da memória os sofrimentos lá do triste agreste
Só que passo a borracha na mente para acabar de vez com as cicatrizes da peste
Descubro que somente existe oportunidade para aplausos e festividades dos grandes
Nesta vida se dar bastante importância e atenção aos maiores do que a Cordilheira dos Andes
Resumindo: Eu vim lá debaixo, subi, escorreguei, deslizei, berrei, me decepcionei e cheguei ao topo.






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